domingo, 10 de março de 2013

Olha a paella com farinha, gente!


A reunião dos dirigentes supermaster do grêmio é muito concorrida. Não é pela relevância dos temas, visto que só se fala abobrinhas, segundo a língua ferina do Papel. A verdadeira razão são as iguarias degustadas, que transformam estes pobres indigentes em felizes dirigentes.
Turma da paella
E não foi diferente na chuvosa noite de 05 de março no tradicional palco de debates, o plenário da Panificadora Rainha Santa Isabel, mesa posta e os cavaleiros da távola quadrada (pra ser original) reunidos.

Ao fundo, a mesa balcão repleta de ingredientes. No canto, 2 fogões de uma boca... Enquanto se discutia o supérfluo, o aroma mágico daquela divina mistura agia inebriando os parlamentares. O paladar – o mais nobre e ao mesmo tempo egoísta dos sentidos - era excitado ao extremo e o virtual olfativo estava prestes a tornar-se o real gustativo. As palavras já eram de difícil pronúncia ante tanta saliva produzida, que enchiam a boca. Pudera, o Grand Cheff Etiene elaborava a cocção dos alimentos com refinado padrão de qualidade.

Hora da paella

Momento mágico, enquanto todos já servidos iam degustando aquela maravilha culinária, o Jair puxou um saco de farinha d’água bragantina, e juntou a porção que lhe fora servida. Comia, gemia e agradecia...

Chef Etiene não aguentando o desagravo, soltou o verbo: Paella vem do latim "Patella", espécie de bandeja usada na Roma antiga, onde eram colocadas as oferendas aos Deuses, em rituais de fecundação da terra. Por isso, é o manjar dos deuses, não obstante ser originalmente um prato popular. Foi criada pelos camponeses que partiam para o campo com a paellera ou paella, arroz, azeite e sal e agregavam ingredientes da caça, legumes da estação e as sobras que possuíam.

Goleiro grand cheff
A Paella & Farinha

A paella é um prato à base de arroz, típico da gastronomia espanhola e que tem as suas raízes na comunidade de Valência, surgiu na Espanha, nos séculos XV e XVI. A autêntica paella valenciana compõe-se de arroz, frango, coelho, pato, tomate, azeite e açafrão (que dá a cor amarela característica do prato); ocasionalmente pode-se adicionar alcachofra e caracol. Com a difusão da paella pela costa, foram acrescentados frutos do mar: pequenos molúsculos, camarões, lulas, lagostins, mexilhões e polvo, tornando-a um prato completo com todos os elementos essenciais a vida: água, terra, fogo e ar. 

Ante o silêncio fulgural, alguém lembrou a tese do engenheiro Nicolas Chase, que só toma o whisky escocês de 12 anos de envelhecimento ou mais, e mistura ao scotch o legítimo guaraná da Amazônia, e sempre aparece quem lhe repreenda alegando que o escocês leva anos a fio destilando a nobre bebida e barris de carvalho e ele o mistura com guaraná.


Nicolas sempre de bom humor diz que o escocês só toma whisky puro porque não conhece o guaraná. Como o espanhol não conhece a puríssima farinha d’água bragantina, o Jair está perdoado.

a
a

Nenhum comentário:

Postar um comentário